Dessalinizador solar muda realidade no interior da Paraíba e já beneficia 200 famílias e 80 mil pessoas em 10 municípios

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A Noite das Grandes Fogueiras, de Domingos Meirelles, e está relacionada à experiência de Conselheiro durante a Guerra de Canudos, conflito ocorrido no Sertão da Bahia

A célebre frase “O Sertão vai virar mar”, atribuída ao líder religioso Antônio Conselheiro no século XIX, transcendeu o tempo e, de certa forma, vem se tornando realidade. A frase histórica foi registrada no livro A Noite das Grandes Fogueiras, de Domingos Meirelles, e está relacionada à experiência de Conselheiro durante a Guerra de Canudos, conflito ocorrido no Sertão da Bahia.

A expressão ecoa até hoje, reforçada pela música de Sá e Guarabyra, e a “profecia” parece se cumprir em algumas regiões do Nordeste, não apenas no Sertão, mas também em áreas historicamente castigadas pela seca — agora com a ajuda da natureza e da tecnologia.

Historicamente, a escassez de água é um problema que afeta os nordestinos e, particularmente, os paraibanos. As longas estiagens comprometeram a agricultura, inviabilizando uma cadeia produtiva e prejudicando o desenvolvimento econômico e social do estado.

Que diga o agricultor Reginaldo Bezerra de Lima, morador de Caraúbas, no Cariri do Estado, que já enfrentou várias secas, inclusive algumas rigorosas, que dizimaram o gado e deixaram açudes e barreiros secos.  Em entrevista ao PB Agora Reginaldo Bezerra lembrou das secas severas que já enfrentou, e o drama para conseguir água. Tudo era difícil. Muita luta. Um sofrimento.

Ele lembrou que em anos de secas prolongadas, a exemplo do que ocorreu nos anos 1980, a população chegou a disputar água com os animais. Uma luta pela sobrevivência. E a água, tão preciosa na região, era de péssima qualidade.

“Nós já enfrentamos muito período de estiagem desde a minha infância. Eu lembro aquela seca que teve nos anos 80, onde a gente disputava água com os animais. Quando a gente tentava pegar água nas cacimbas, a gente disputava com os guará, com a raposa, com o sapo. Á água  era barrenta  que tinha gosto de urina de vaca. A gente tinha que beber porque não tinha opção. A opção que tinha era aquela. A seca de 1993 que foi o ano que não deu uma única chuva aqui nessa região, foi uma seca extremamente severa, os anos seguintes 98, 99, 97, 2000, 2001, 2002, 2003 foi outro ciclo seco que enfrentamos” lembrou Reginaldo Bezerra.

A água de péssima qualidade também afetava a saúde da população. A esposa de Reginaldo, a agricultora Rosinete de Freitas Bezerra, revelou que na época em que precisava buscar água em cacimbas e barreiros, ela e sua família sofriam com dor de barriga. E outras doenças.

“Era só Deus mesmo para a gente poder sobreviver naquele tempo com água de péssima qualidade” lembrou.

Durante muito tempo, o agricultor dependeu dos programas emergenciais do governo, especialmente, da operação carro pipa coordenada pelo Exército e que leva água ao semiárido nordestino.

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