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INSS: PF investiga suspeitas de ligação entre políticos e associações envolvidas na fraude

R$ 75 por mês, esse foi o valor que a Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (ANDDAP) descontou de Simone das Mesquisas, sem autorização, por seis meses no ano passado
A Polícia Federal investiga suspeitas de ligação entre políticos e as associações envolvidas na fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Enquanto isso, o governo ainda não respondeu como vai ressarcir todas as vítimas dos descontos criminosos.
R$ 75 por mês, esse foi o valor que a Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (ANDDAP) descontou de Simone das Mesquisas, sem autorização, por seis meses no ano passado.
“A gente leva um susto danado porque o que a gente recebe de aposentadoria já é contado. Você fica indignado, como é que vai resolver aquilo?”, questiona a aposentada ao Jornal da Band. Ela está entre os mais de dois milhões de aposentados que já pediram o reembolso no INSS.
Segundo o INSS, das 41 entidades que tinham o direito de oferecer descontos aos aposentados, pelo menos 25 são consideradas fraudulentas. As investigações apontam que muitas delas tinham algum tipo de ligação com políticos de diferentes partidos.
O senador Weverton Rocha (PDT), um dos vice-líderes do governo no Senado, deve ser chamado para depoimento. Investigadores querem saber qual a ligação entre ele e o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o homem conhecido como “Careca do INSS”. Ele já reconheceu que recebeu o empresário no gabinete e até em casa, mas negou irregularidades.
O “Careca do INSS” é investigado como um dos principais articuladores da fraude. Segundo a Polícia Federal, ele recebeu mais de R$ 53 milhões de reais de associações investigadas no esquema e repassou parte do dinheiro para servidores da Previdência.
O ex-ministro do Trabalho e da Previdência Social da gestão de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, recebeu uma doação de R$ 60 mil para a campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022. Doação feita por Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ANCB).
O jornalismo da Band mostrou ontem que a entidade teve descontos liberados mesmo com fichas cadastrais consideradas suspeitas. A ABCB arrecadou R$ 143 milhões com descontos de aposentadorias em dois anos, segundo a investigação.
Onyx Lorenzoni nega ligação com a associação. Ele não é investigado.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI mista) para investigar o escândalo depende do presidente do Congresso para sair do papel. Davi Alcolumbre disse que deverá fazer isso no dia 17 de junho.