Ilha submersa de 500 mil km² reivindicada pelo Brasil é rica em metais estratégicos cobiçados pelos EUA

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Para especialistas consultados pelo g1, a situação pode representar uma escalada no embate diplomático entre os dois países

O território marítimo conhecido como Elevação do Rio Grande, uma “ilha submersa” reivindicada pelo Brasil desde 2018 junto à Organização das Nações Unidas (ONU), é rico em “terras raras“, minerais considerados estratégicos para a transição energética e que foram alvo de polêmica envolvendo o governo dos Estados Unidos.

Nesta quinta-feira (24), o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, afirmou que o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse do governo norte-americano nos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil.

No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o interesse durante um evento em Minas Gerais.

“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse o presidente, em referência ao governo americano.

Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a ilha de 500 mil km², a 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, é rica nestes materiais. O pleito do governo brasileiro por controle da região está em análise pela Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar desde 26 de fevereiro de 2025, sem data para uma resolução.

Ilha provoca embate diplomático

Para especialistas consultados pelo g1, a situação pode representar uma escalada no embate diplomático entre os dois países.

Ainda que os Estados Unidos não sejam signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o que impederia que sofressem sanções caso explorassem o território, o professor de Relações Internacionais João Gabriel Burmann, da Uniritter, avalia que a questão pode ser mais um elemento nas negociações entre os dois países.

“Há um risco para o Brasil, sim, já que os EUA colocam mais esse elemento no processo de barganha. São interesses nacionais dos EUA que são incluídos em negociações como a das tarifas, da investigação contra Bolsonaro, do PIX, das big techs, da pirataria. É a linha do governo Trump”, avalia.

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