Número de acidentes aéreos e mortes dispara no Brasil; 23 casos registrados só em 2025

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Somente este ano, já foram registrados 23 acidentes com 10 mortes

Voar ainda é o meio de transporte mais seguro, segundo os especialistas. Mesmo assim, acidentes aéreos inexplicáveis e inusitados acontecem. Que diga o piloto da Gol que por pouco não se envolveu em uma tragédia no aeroporto Internacional do Galeão no Rio de Janeiro.

Imagine uma aeronave em corrida de decolagem a mais de 100 nós (185 km/h) com o tanque cheio de QAV [querosene de aviação] bater em uma caminhonete no meio do caminho.

O avião estava prestes a receber ordem para decolar  quando o piloto percebeu um carro atravessado na pista.  A colisão foi inevitável.  O Voo 1674 seguia para Fortaleza e o piloto conseguiu frear o avião no meio do procedimento de decolagem. Ninguém se feriu e uma outra aeronave foi disponibilizada para quem quis seguir viagem.

O acidente com o avião da Gol, ontem, reflete uma estatística assustadora. Os números de acidentes aéreos e de mortes têm aumentado no Brasil ao longo dos últimos anos. É o que mostram os dados do Painel Sipaer, da Força Aérea Brasileira (FAB).

Somente este ano, já foram registrados 23 acidentes com 10 mortes. O Relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aponta sete Aacidentes aéreos com vítimas fatais registrados no Brasil este ano. E, em 2024, o número de acidentes aéreos bateu um recorde de oito anos.

Um dos acidentes aéreos registrados este ano, aconteceu no dia 7 de janeiro, quando um avião de pequeno porte caiu na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo. O advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena e o piloto da aeronave, Gustavo Medeiros, morreram no acidente.

Um avião de pequeno porte caiu este mês no município de Prado, no sul da Bahia, causando a morte do empresário Fredy Tanos, dono de uma rede de laboratórios em Minas Gerais. A aeronave era pilotada pelo também empresário do mesmo ramo, Mário Gontijo, que sobreviveu ao acidente.

Aviões particulares, de pequeno porte, como o do empresário, estão envolvidos em muito mais acidentes fatais do que as frotas de aeronaves maiores.

De acordo com o painel Ocorrências Aeronáuticas na Aviação Civil Brasileira, da FAB, o número de acidentes aéreos no Brasil registrou queda por quatro anos consecutivos, mas na comparação entre 2023 e 2022 registrou aumento e vem se mantendo assim.

Nesse cenário, o ano de 2024 registrou recorde nos números de acidentes e também de mortes. Em 2024 foram registrados 175 acidentes aéreos em todo Brasil, de acordo com dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos  ligado à Força Aérea Brasileira.

Ainda de acordo com o levantamento do órgão, em 2024 foram registrados 44 acidentes aéreos com vítimas fatais no Brasil, esse número é o maior desde 2016, quando 45 ocorrências desse tipo foram registradas.

 A queda do avião da VoePass, em Vinhedo, em que 62 pessoas morreram, fez com que o número de mortos em 2024 em acidentes aéreos fosse de 152 vítimas, o maior desde 2015, quando começou a série histórica com os dados do Cenipa.

Além disso, os dados apontam que mais da metade dos acidentes não foram causados por problemas na aeronave ou no aeroporto, mas sim por questões humanas. O levantamento aponta que 33,33% das ocorrências foram causadas por fator humano relacionado ao aspecto psicológico, que engloba percepção do risco, fadiga, estresse e até mesmo cultura organizacional.

De acordo com a FAB, as investigações sobre acidentes aéreos são divididas em três etapas, sendo elas, coleta de dados; análise de dados; e apresentação dos resultados.

Conforme a FAB, na fase de coleta de dados, as equipes analisam os destroços, buscam indícios de falhas, levantam hipóteses sobre performance da aeronave nos momentos finais do voo, fotografam detalhes, entrevistam testemunhas e retiram partes da aeronave para análise.

Na fase seguinte, a de análise de dados, são levados em conta fatores como os sistemas da aeronave, aspectos psicológicos, operacionais (rota meteorologia, por exemplo) e podem ser chamados profissionais como pilotos, engenheiros e mecânicos para auxiliar.

Depois  é apresentado o relatório final, por meio do qual a FAB divulga o que identificou como fatores relacionados ao acidente e elabora as recomendações de segurança a serem adotadas.

A investigação do acidente com o avião da Gol

O acidente com um avião da Gol ontem no Rio, por pouco não elevou as estatísticas de morte.  O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira (Cenipa/FAB) está investigando o incidente.

A Polícia Federal abriu um procedimento para apurar a colisão entre o avião da Gol e um carro da concessionária Rio Galeão.

A PF quer entender se a torre de controle estava ou não ciente da presença do veículo na pista. No momento do acidente, dois funcionários faziam a manutenção da iluminação de balizamento da pista. As investigações também querem saber se o carro estava parado entre as luzes quando foi atingido pela aeronave.

As investigações também querem saber se o carro estava parado entre as luzes quando foi atingido pela aeronave.

Severino Lopes

PB Agora

 

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