Produtores do Norte e Nordeste do país devem se preparar para maior volume de chuvas durante a La Niña

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Fenômeno climático tende a elevar a umidade, favorecendo o surgimento de doenças e aumentando as chances de perdas na colheita

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmaram oficialmente a formação da La Niña em 2025, com 71% de probabilidade de persistência até fevereiro de 2026. Embora classificado como de intensidade fraca, o fenômeno deve trazer chuvas mais intensas para parte dos estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil durante a safra 2025/26. Apesar de favorecer a disponibilidade hídrica, com chuvas acima dos volumes históricos, o excesso de umidade exige também atenção dos agricultores para evitar prejuízos. 

De acordo com Frederico Dellano, Consultor de Desenvolvimento de Produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética –, os impactos não devem ser ignorados. “O produtor precisa antecipar-se e planejar o manejo para lidar com períodos de maior umidade, pois isso pode intensificar a ocorrência de nematoides, favorecer doenças fúngicas e comprometer a qualidade dos grãos na colheita”, explica. 

Entre as principais recomendações estão a escolha adequada de cultivares e o preparo da estrutura de plantio. “É importante selecionar cultivares adaptadas às condições da região e resistentes às doenças mais recorrentes. Além disso, o agricultor deve organizar a logística de insumos, realizar a manutenção e regulagem de máquinas com antecedência para aproveitar os intervalos entre as chuvas, evitando perdas de janela de plantio”, orienta Dellano. 

O especialista também ressalta a necessidade de atenção ao solo. “Não é recomendado realizar a semeadura em períodos em que o solo esteja encharcado, pois isso aumenta o risco de compactação e prejudica o desenvolvimento da lavoura. Sempre que possível, é recomendável utilizar cultivares com maior tolerância ao acamamento, já que o excesso de chuva pode favorecer esse problema”, acrescenta.  

Outro ponto crítico é a colheita. “Com o aumento da umidade, pode haver germinação dos grãos ainda nas vagens, perda de qualidade e até surgimento de doenças de final de ciclo. Buscar cultivares com melhor tolerância a essas condições é uma forma de reduzir os impactos”, completa o especialista.


 

Apesar dos desafios, o consultor lembra que os anos de La Niña podem ser mais favoráveis no Norte em relação a períodos de El Niño, quando o volume de chuvas costuma ser menor. “O excesso de água exige cuidados adicionais, mas com planejamento e uso de cultivares mais adaptadas é possível manter bons resultados produtivos. Este La Niña, mesmo sendo fraco, merece atenção redobrada principalmente nos períodos críticos da cultura”, conclui.

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